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A plataforma foi pensada para proporcionar uma experiência de uso simples e intuitiva, garantindo maior comodidade aos  utilizadores.

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Percurso da Serra

Em redor da sede do concelho muitos outros motivos há para atraírem a atenção do visitante. Propomo-vos por isso dois itinerários diferentes partindo da vila, mas onde, em qualquer deles, a natureza oferece genuínos panoramas de verdura, rochas e águas que o homem de Aguiar foi sabendo aproveitar e transformar equilibradamente, proporcionando aos vindouros uma riqueza que lhe cabe valorizar ainda mais. Seguindo, em primeiro lugar, para a Serra buscando o ar puro e fresco que aqui não é ainda necessário procurar.

Saímos pelas traseiras em direcção à Lapa mas, logo que as últimas casas e os velhos tanques de lavar ficam para trás, entramos à direita por um caminho dos antigos, de terra e brita, como o eram quase todos há cerca de trinta anos. No vale de Açores depara-se nos a verdejante frescura e aroma de viçosos prados, onde vacas e ovelhas enfeitam e dão vida a um lugar de silêncio.

Todavia se, cá por baixo, tudo continua tão natural como em outros séculos, na encosta o Homem mexeu e remexeu, acrescentou ao lugar as árvores em falta. Milhares e milhares de árvores, sobretudo macieiras, que, nestas terras altas do interior, produzem frutas da melhor qualidade. Se for delas a época, não deixe a prova do “Bravo” para outras altura. É bela a paisagem, seguindo com vagar, vamos ao encontro de Açores. Dali se segue para Gradiz. Quer o façamos diretamente pelo caminho municipal ou pelo acesso à EN229, passando pelo cruzamento da Ponte do Abade, não podemos esquecer um desvio, antes do povoado, que nos conduzirá ao viveiro das trutas.

A descida faz-se devagar, a isso obriga o caminho, mas depressa chegamos e nos deleitamos com as vistas e os sussuros das águas, com os perfumes das flores que bordejam os tanques naturais, onde milhares de trutas deslizam incansavelmente. Se gosta de pescar pela certa, leve a cana e verá que o cesto vem cheio. É altura de seguir o caminho até à aldeia. Passamos o Bairro, a Lage, divisamos os diversos Casais e ao chegarmos à parte mais antiga, no Povo do Meio, a rua indica-nos o trajeto, as ruínas, no extremo, lembram-nos o esquecimento. Regressamos à avenida de Nossa Senhora das Neves, padroeira da freguesia, chegamo-nos à Matriz onde também o Barroco chegou. É, no entanto, a imagem da padroeira, talhada em pedra, que sobressai sobre as demais. Seguindo a rua entram pelos olhos os solares de Vilhenas e Lapas, pois é de gentes antigas e nobres esta terra, orgulhosa de seus brasões.

Em 1189 terá D.Sanchos I doado a Granja de Gradiz ao Convento de Tarouca, que a emprazou em 1197. A capela de Santa Iria justifica uma visita, antes de começarmos a subida dos alcantilados maciços graníticos, que abundam por aqui. É Mouções que encontramos quase no alto. São já poucos os habitantes a desafiarem as agruras da Serra, mas é excelente o local para quem está de passagem. Estamos à beira da Lapa e da nascente do Vouga, porém nós corremos para Aguiar. Vamos andando até às Quintas da Serra. Primeiro a da Fumadinha. Abeirou-se do curso de água, que irrompe das enormes e nuas massas graníticas, verdejaram os prados e floresceu o lugar.

Aqui, como na Quinta do Meio e da Estrada, por onde vamos passando, foi a água que as ajudou a permanecer e, é a água, que vamos encontrar também, numa das mais recentes obras do homem de Aguiar. Antes de regressarmos à vila, apesar de já daqui bem a divisarmos, subimos à direita por caminho de terra. Vamos à Barragem do Carvalhal do Eiró. Daqui desce o mais precioso a água a caminho da vila e de outras povoações vizinhas. à beira de gigantescos rochedos, um espelho de água policromado de cinza, azul e verde, misturando pedra com os céus, os campos e a floresta, convida ao lazer e ao descanso neste final de jornada pela serra.

Percurso da Vila

Iniciamos este percurso no conjunto patrimonial único no país, o qual lhe chamam Largo dos Monumentos, aqui desfrutamos uma variedade de obras de arte que, só por si, poderiam constituir um verdadeiro museu. Aguiar da Beira tem aqui o seu mais belo e autêntico museu. Uma casa singela ou um solar de magistrados, uma típica casa beirã ou as ruínas de uma outra, um curioso portal ou uma cornija, uma ombreira e uma calçada, o que resta de um mosteiro, um degrau ou uma escadaria, uma coluna ou um arco, as armas de Portugal ou uma indecifrável inscrição...tudo isto e, mais que isso, ainda um pelourinho, uma Fonte Ameada e uma Torre.

A torre quatrocentista sobressai pela sua altivez desafiando inimigos, agora invisíveis, com suas gárgulas de canhão apontadas aos quatros ventos. Sobre a sua construção levantam-se diferentes vozes, permitindo-nos que, cada um de nós, fantasie a seu belo prazer sobre as suas origens e fins. Juntemos nesse sonho a curiosa Fonte Ameada, que o pincel de Grão Vasco terá incluído na sua mais célebre tela. Arrisquemos decifrar a enigmática inscrição numa das paredes laterais, sem esquecermos as armas de Portugal no lado oposto. O Pelourinho poderá ser o "parente pobre" desta trilogia única, ex-libris de Aguiar da Beira e seu termo, mas enriquece de sobremaneira este quadro nobre e fidalgo, talhado a martelo e cinzel por povo de trabalho. Muitas telas, muitas máquinas fotográficas, outras tantas prosas retrataram estes lugares, no entanto a sua beleza e grandiosidade apenas se podem sentir, entrelaçadas com a vida das gentes, que aqui construíram a terra e sua história. Será sempre pequeno o quadro, tacanha a fotografia, insuficiente o texto, para nos mostrar o quanto de belo tem tão singular local.

A Praça, com seus três monumentos nacionais, é de sempre e sempre lá ficaremos , mesmo depois de retirados, se bem acharmos que não perdemos o nosso tempo, pois, aí nos encontrámos com ele. Tem Aguiar muito mais para dar ao visitante e, por isso, nos vamos pela esquerda, por passadeira estendida, em direção ao Castelo. Achamos logo ali a Igreja da Misericórdia e, ao seu lado, o que resta de uma outra mais antiga. Vestígios de antigo convento de monjas Beneditinas, é uma hipótese que se levanta. Da que ainda temos podemos constatar tratar-se de um edifício do séc. XVII, com interior de características barrocas, uma fachada com escudo de armas em alto relevo e um nicho com escultura, em pedra de Ançã, de Nossa Senhora da Graça, atribuída ao famoso João de Ruão, mestre escultor que viveu em Coimbra.

Se continuarmos a subida e com ela desviarmos o olhar para nascente poderemos descobrir em baixo o solar brasonado no Fundo de Vila, com exuberante pedra de armas e sóbria fachada em granito e, por detrás dele, o alongar dos campos verdejantes de um vale produtivo bem preservado pelos aguiarenses, de outras eras, para o sustento destas gentes. Perdem-se mais as vistas na lonjuras do horizonte quando subimos e, quando nos guindarmos ao alto do arruinado castelo, dominaremos, para além do vasto território do concelho, outras terras de concelhos vizinhos e mesmo a sede do distrito, se claro e limpo for o dia.

Da encosta da Lapa à serra do Pisco ou Almançor que, lá adiante, nos esconde as terras do Sol nascente, se estende o concelho de Aguiar da Beira. Sobre estas fragas, onde agora tomamos assento, se alicerçou, noutras, tomadas de aroma romano e árabe, floresceu, para se tornar luso e erguer orgulhosamente os seus escudos medievais, até ser bafejado pelos ventos da modernidade, que o fazem ser digno entre os mais dignos. Está o castelo ao abandono, pois foram de paz os ventos que sopraram. Mas está nele, sobre a pedra dura, erguendo os seus braços aos céus, pedindo, por certo, as maiores bênção para estas terras e gentes, aquela que os aguiarenses mais veneram, Nossa Senhora da Ascenção.

De guarda, a Igreja de Nossa Senhora do Leite ou Nossa Senhora do Castelo. A Virgem amamenta o seu Menino na ingenuidade pura da própria escultura. O altar barroco é muito posterior à construção do templo que, ao longo de diversas épocas, foi sendo alterado, como é facilmente comprovado. No exterior são dignos de nota, um púlpito e uma cruz de granito trabalhado. No outro cruzeiro, não dando nas vistas, merece atento reparo. Cercado que está o castelo, achamo-nos de novo no Largo e podemos escolher qualquer das ruas que dali se vão, ou ali vêm dar, para nos irmos ao outro lado da vila onde agora se faz mais vida. A direita, a da Canga ou a do Castanheiro mostram o que resta do antigo burgo e cumprem a obrigação de nos conduzir a outro largo terreiro, famoso pela carvalha que já não tem, onde o arvoredo, o sombrio solar do Cimo de Vila, saciar a sede no reconhecido chafariz público e dali nos irmos à Matriz. O que não resta é qualquer vestígios da antiga Igreja de S. Pedro, que se pensa tenha sido, o mais primitivo templo destas terras. Voltamos então à avenida principal, que risca ao meio e do cimo ao fundo esta localidade, e tomamos contactos com as obras e edifícios públicos que recentemente, sobretudo depois da década de oitenta, foram ou estão a ser construídos na sede do concelho.

Os novos Paços do Concelho e os espaços envolventes, o Lar da 3ª Idade, o Mercado Municipal, a Escola Básica do 2º e 3º Ciclo, o Quartel dos Bombeiros, tal como os recém construídos, Quartel da GNR e Centro de Saúde, no extremo sul, testemunham um novo tempo e continuam um ciclo de desenvolvimento de que são testemunhas o Hospital da Misericórdia, a Escola Primária e os edifícios do Externato de Aguiar da Beira, onde um singelo busto perpetua a figura do ilustre Padre Fonseca. E não vamos de Aguiar sem espreitamos um valioso conjunto de sepulturas antropomórficas que nos esperam na saída pela EN330.

Caminhos de Açores

Renovar ou valorizar um território, por mais pequeno que seja, implica sempre uma atuação integrada, envolvendo o património natural, o cultural e o histórico, em articulação com as dinâmicas sociais (a comunidade) e com os recursos produzidos.
Este projeto, inserido na operação 10.2.1.6 - Renovação de Aldeias (PDR2020-ADD-10216-001), assente nesta lógica de integração, vem proporcionar à localidade de Quinta de Açores, o seu rejuvenescimento e a sua afirmação enquanto espaço de prática de desporto e de atividades de bem-estar, integrando-se, desta forma, na estratégia preconizada para o concelho, visando a proliferação das atividades desportivas e de lazer na natureza.
Os percursos pedestres e de Orientação, o turismo de natureza, a comunidade e a cidadania, a produção local, o território e sustentabilidade são os eixos fundamentais que dão corpo a este projeto e os investimentos foram executados na requalificação e refuncionalização de património, na criação e sinalização de um percurso de natureza e na construção de um passadiço ribeirinho.
O traçado do percurso foi efetuado com base num caminho existente de terra batida, numa zona de bosque e campos, com características adequadas à prática do desporto de Orientação.
Por forma a tornar este traçado mais atrativo foi colocado um circuito de manutenção com 8 estações, para que os demais utilizadores do espaço executem uma série de exercícios dispostos sequencialmente (espaldar duplo, conjunto de abdominais e lombares, barras para flexões, salto ao eixo, barra de equilíbrio, pedaleira manual, escalada em suspensão e salto de barreiras).
O percurso passa nas margens de um curso de água que se situa na base do vale por meio de um passadiço em madeira elevado do solo.
A requalificação da “Casa Centenária dos Amigos da Quinta de Açores” constituiu um elemento fulcral e ponto de referência atrativo do projeto, promovendo dinâmicas de turismo ativo, envolvendo os atores locais (organizações e pessoas) e divulgando as atividades da aldeia junto da população utilizadora do percurso criado capazes de promover a retenção de pessoas (visitantes e turistas).

Tipo de Percurso: linear

Distância: passadiço 350m

Nível de dificuldade: baixo

Coordenadas GPS: 40º50´13.2"N 7º31´56.0"W

                                           40º50´06.9"N 7º32´05.3"W

                                   

                                                                                                                                     

Executivo

 

 

Composição

 

Presidente

Virgílio Cunha

Partido: Movimento Independente
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Vice Presidente

Francisco José Nunes Fernandes

Partido: Movimento Independente
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Vereador a tempo inteiro
Margarida Maria Rocha Ferreira

Partido: Movimento Independente
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Vereadores

(em regime de não permanência)

   


Luis Filipe Almeida Nunes Pinto


Partido: PSD

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Agostinha Maria Campos Morgado Gonçalves

Partido: PSD

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Despachos do Presidente

Despachos

 

Pelouros

Presidente:

 

Virgílio Cunha

Partido: Movimento Independente
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  • Administração Geral
  • Finanças
  • Obras Municipais
  • Estudos e Projetos de Obras Municipais
  • Fiscalização
  • Serviços Jurídicos
  • Contraordenações
  • Ordenamento do Território e Urbanismo
  • Proteção Civil
  • Apoio Municipal ao Desenvolvimento Económico
  • Agricultura, Floresta e Pecuária
  • Energia
  • Habitação

 

Vice-presidente:

 

Francisco José Nunes Fernandes

Partido: Movimento Independente
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  • Modernização Administrativa e Qualidade
  • Sistema de Informação e Comunicação
  • Apoio às Juntas de Freguesia
  • Estaleiro Municipal e Obras por Administração Direta
  • Administração Geral de Móveis e Imóveis
  • Administração do Cemitério Municipal
  • Ambiente e Espaços Verdes
  • Feiras, Mercados e Comércio a Retalho não Sedentário
  • Serviços de Veterinário

 

Vereador:

 

Margarida Maria Rocha Ferreira

Partido: Movimento Independente
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  • Saúde 
  • Ação Social
  • Turismo
  • Cultura e Património Cultural
  • Educação, Ensino e Formação Profissional
  • Desporto
  • Transportes
  • Cooperação Externa

 

files/DelegacaoCompetenciasVereadores.pdf

files/20211016_-_Ata_de_Instalao.pdf

Percurso do Dão

Penaverde. No centro de Penaverde damos de caras com o "pinoco"Um invulgar pelourinho confirma a importância do lugar, desde tempos ancestrais. É o pelourinho mais antigo do concelho. Aliais D. Sancho concedeu-lhe foral em 1240 e Penaverde foi sede de concelho até à reforma administrativa de 1836, compreendendo as freguesias de Dornelas, Queriz, Forninhos e Penaverde. Em 1278 é D. Dínis quem confirma o foral, a pedido do próprio concelho. E em 17 de Julho de 1514, D. Manuel concedeu-lhe um novo foral. Depois de extinto o concelho, a freguesia foi anexada ao de Trancoso até 1840 e, daí em diante, ao de Aguiar da Beira. Defronte do pelourinho, onde foram edificados o chafariz e os tanques, era a casa da Câmara e do outro lado da rua, adossada à casa Paroquial ainda podemos admirar uma espécie de torre quadrancular, feita de pedra miúda, que serviu de aljube eclesiástico, e é conhecida por Sala da Torrinha.

Voltamos a descer a rua para seguirmos pela esquerda. Há na esquina uma exemplar construção, do início uma exemplar construção, do início de seiscentos, que bem poderia servir de casa da Câmara. Aquela janela, virada para o largo, terá certamente testemunhado os acontecimentos mais marcantes da vida deste povo, alegrias e tristezas, momentos de júbilo e de dor, afinal a contradição dos tempos de quem recebe forais e deixa de ser concelho. Quantas algazarra não se ouviu por toda aquela rua, ladeada de ricas construções medievais, até o condenado chegar ao Alto da Forca, onde a sentença seria executada. Do outro lado o mesmo esplendor numa outra casa da mesma época. Se entrarmos o portão e espreitarmos a Quinta e o edifício descobriremos, com facilidade, vários símbolos de outras eras, por debaixo das heras que os cobrem.

A rua é a Direita e é por ela que seguimos adiante até Moreira. Ao longo da estreita estrada sobressaem as leiras cultivada e os prados verdes. O casario emerge escurecido de anos, branqueia-se a roupa nos tanques públicos, virando costas às cruzes da Via-Sacra, expostas nas paredes da capela de São Domingos. Continuando o caminho, atravessamos para lá a EN 330 e, na estrada para Carapito, havemos d encontrar a Urgueira – é nome de urze, que abunda por aqui. O seu eslalejar animava as fogueiras nas noites frias de Inverno, desde as origens da povoação. No início era uma Quinta, a Quinta da Fonte da Urgueira que, em 1527, não tinha mais que dois moradores.Abrigada pelos pinhais viu-se crescer e no seu Largo principal se ergueu o Cruzeiro, a capela de Santo António e o tanque. O forno do povo revela o sentido da vida da população, vida comunitária sustentada em laços familiares. O mesmo que encontramos logo ali, a dois passos, nos Feitais.

Também este pequeno aglomerado teve origem numa Quinta que se alargou sobre o vale. Junto da ribeira rodopiaram as mós, amontoou-se no soalho a farinha que o forno do povo havia de cozer. No núcleo mais antigo, percorrido a pé, descortinamos toda a ruralidade do lugar. As alminhas são do século passado, mas a capelinha é muito recente. Pomos então os pés a caminho, ao encontro da Estrada Nacional, para logo entrarmos no Mosteiro. Entramos e damos de costas com a capela de Nossa Senhora de Lurdes, voltada está a frontaria para requintada fonte, onde muitos cântaros de barro se encheram, onde muitas asas se deixaram, onde muitos namoros se casaram. Descermos as escadas e o rumorejar das águas conta-nos todos os segredos de quantos aí beberam. São os segredos desta terra de nobres e monásticos, ainda assim com lugar para o povo, que continua a fazer a sua feira, com cestos e cestas bastas de queijo, vindas também das localidades vizinhas.

Dos nobres reza a História e rezam as ruínas, do esquecido mosteiro, bem juntas do casario. Se ao conjunto foi já subtraído algum do seu valor, os pormenores são de excelência. Uma varandinha de esquina, os brasões, uma escadaria, as colunas em granito, um pórtico, uma janela e as paredes...Um bocadinho de estrada separa o núcleo antigo da Feira. Aí moderniza-se sobressai o novo Mercado do Queijo, valorizam-se os quinze em quinze dias. Ajudados pelos Santos, descemos para o Prado. Aqui há um forno do povo e a capela em honra de Santa Bárbara. E há o rio de Carapito e, junto dele, os moinhos.

Moinhos que ainda fazem farinha e noutros tempos fizeram muita mais para abastecerem a região. O rio, afluente do Dão, proporciona-nos aí um verdadeiro espetáculo de cor e lus. São os verdes, pincelados em diferentes tonalidades na lameira, nos juncos, nos freixos e amieiros debruçados em choro sobre as águas, é o azul do céu e o escuro dos moinhos reflectido no largo espelho. A via, silenciosa, corta os prados e segue, mais além, para outros destinos, nós viramos à direita. Passamos a ponte, damos conta de outros moinhos arruinados e, quando começamos a subir, já o rio nos fica à esquerda. Despedimo-nos com um último olhar, ainda a tempo de guardar mais uma agradável imagem do seu passar.

Quando nos voltamos para diante estamos à porta dos Valagotes. Paramos junto da “Laije” e logo ali sabemos de tudo. Noutros tempos era aqui grande animação de malhas e desfolhadas, de suor e cantigas. Era o centro cívico do lugar, cercado pelas habitações dos poucos moradores e onde se situava também o forno do povo. A modesta capela de Santo António esconde-se num cantinho, onde se juntam as estreitas e curtas ruelas, que nos podem levar a descobrir os recantos mais esquecidos, como são bonitas de ver as casas de pedras soltas, os pátios calcetados de estrume, os cabanais apinhados de lenha, para o Inverno branco que há de vir. De branco veste o novel templo dos Valagotes. Sobranceiro ao casario ergue-se um simpático edifício, obra dos braços da terra e dos dinheiros de além mar. Uma dádiva abençoada permitiu esta surpresa para o viajante. O dia continua pela serra ao encontro da sede da freguesia.

Forninhos – Não demora a descida como não demora o encontro com Nossa Senhora dos Verdes. O terreiro é largo, a ermida chama-nos. Paramos e admiramos, primeiro a paisagem pintalgada de tonalidades saídas de uma paleta de artista. Predominam os verdes dos prados, sobressaem os castanhos da terra lavrada e das árvores, aquecem os avermelhados e amarelos tons das vinhas outonais. Depois voltamos atenções para as pedras nuas do templo. O alpendre fê-lo crescer em tamanho, mas diminui-lhe a graça, no entanto, não é por isso que deixamos de estar num dos locais de maior religiosidade de todo o concelho. Aqui acorrem romeiros de muitas paragens, rogam à Senhora a proteção das suas culturas e frutos e as livres de bichos e trovoadas. Assim é e foi ao longo dos tempos, como se comprova no seu interior. Um quadro explica o milagre de 1720, em que a Virgem aplacou uma praga de gafanhotos. No tecto é diversa a iconografia dos caixotões e no altar mor a talha dourada emoldura a venerada imagem. No exterior deitamos ainda olhar a um cruzeiro, assente sobre a coluna, e dali nos vamos à povoação.

Estacionamos no Largo da Lameira e surpreendemo-nos, desde logo, com as palmeiras esguias, que crescem naquela espécie de jardins tropicais, bem guardados por gradeamento de ferro. Perto fica o Largo do poder Local. Desviamos a vista da cobertura do tanque, pois melhor nos fica observar o restauro feito em casa destinada a Turismo de Habitação e o geométrico cruzeiro vizinho. Um outro, de maiores dimensões, celebra 1640 e o edifício da Junta justifica o nome do lugar. Leva-nos esta rua ao encontro das alminhas prometidas. São singelas como os homens, escultores de arte e de vida, lembrando em cada esquina aqueles que fizeram estas terras. Procuramos a igreja, remodelada em 1797, passamos a rua do Lagar. Dizem-nos as vinhas que estamos em região demarcada de vinhos e as oliveiras que é bom o azeite da terra. Aprestamo-nos então para sair de Forninhos, lembrando que o topónimo já foi “Fornos”.

Descemos para o Dão, emoldurado por salgueiros e amieiros, que encobrem o rio e a ponte. Silenciamos perante a paciência dos pescadores dando banho ao isco. Como não estamos cá para isso, vamos andando, acompandefaulto as águas, que correm agora à nossa direita. Nas margens do rio continua a cultivar-se o que de melhor se produz no concelho, na laje da Quinta da Carriça brilha o doirado dos milhos estendidos. De guarda está o cão que não nos permite chegar perto de uma cabana das antigas, ainda coberta de giesta. Estamos a chegar a Dornelas. Na rua principal podemos estacionar e visitar de imediato a capela de santa Luzia. A imagem é pequena mas bonita, tal como as duas pinturas ao lado do altar. A rua da esquerda conduz-nos a uma curiosa fonte de chafurdo e dali seguimos à igreja. É de pequenas dimensões, por isso vos chamo a atenção para o belo cruzeiro a encimar a frontaria. O interior achamo-lo acanhado e o que mais nos desperta é o púlpito em granito assente sobre coluna e o lava-mãos. A talha dourada cobre o altar-mor, mas quem nos surpreende é a pequena imagem de Santa Bárbara, ali, aos pés de São Sebastião, padroeiro da freguesia. As aprimoradas cores das suas vestes fascinam-nos.

De regresso à rua principal procuramos as casas grandes de Coelhos e Varelas e delas transpira a importância que tiveram. Encontramos esculpidas no granito dois belos exemplares de alminhas. Dali vamos à Lage Grande comprovar a importância do Lar de Santo António, passa pela capela do santo de Lisboa e pela escola, onde há rústico cruzeiro, antes de nos irmos a Colherinhas. Perto deste lugar, da freguesia de Dornelas, encontramos a capelinha da Santa, há pouco admirada na Matriz. Ascendemos ao alto, respiramos os puros ares, soltamos as vistas e quando nos voltamos revemos, lá em baixo, tudo o que, há instantes, deixámos para trás.

A distância é curta até ao povo e, mal entrados, ali no meio das casas, à nossa direita, descobrimos duas sepulturas, feitas à medida de uma rocha, que se levanta da terra. Seriam provavelmente as mais belas de toda a viagem, se ao cimo do último campo cultivado, na estrada para a vacaria, não descobríssemos outro magnífico túmulo. Seriam motivo suficiente para passarmos por ali, mas Colherinhas tem a capela de Nossa Senhora do Ouvido ou Senhora das Neves situada junto da escola e do coreto. Reparamos agora nos terrenos que ladeiam a estrada, no regresso a Dornelas. São estes vales, rodeados de pinheiro bravo, de farta produção. Tal como o é a encosta virada ao Sol e que desce para o rio.

Na saída de Dornelas descemos à direita, por estrada nova, até às Quintas do Rio Dão. As vinhas estão, por agora, praticamente despidas, os muros suportam os socaldos e enfeitam-se de abóboras, enquanto o vale continua verde. Rebanhos e crias chegam-se ao sol na réstia da tarde. No rio não encontramos as lontras de que nos falaram, mas descobrimos um velho moinho e uma queda de água, que nos obriga a uma outra descida de valer a pena. Força e vontade não nos faltam para isto e para voltar cá acima, em rota para a Cortiçada. Grande parte desta freguesia, Cavaca e Caldas, já a visitámos num outro percurso. Para hoje ficou apenas a sede.

No largo nos detemos, olhamos o cruzeiro, com reminiscências de relógio de sol, optamos por qualquer das ruas estreitas que dali irradiam e deixamos envolver-nos pelo casario. Descobrimos casas fidalgas em declínio, casas rústicas, de bonitas varandas, fechadas há muitos anos, pátios e quintãs, a igreja, o velho freixo onde o povo ainda se junta e, em redor, uma nova povoação onde fervilha agora a vida. Numa súbita à serra rogamos a Santa Bárbara, numa descida ao vale perguntamos por São Domingos. Não achamos a capela mas, junto do casebre, repousam três sepulturas rupestres.

Avistamos Valverde, onde chegamos, em fim de viagem. Aglomeram-se de um e outro lado da estrada as primeiras e mais recentes habitações do lugar. Pela rua, que desce pela esquerda, chagamos ao centro da aldeia. Valverde é de povoamento antigo e de memórias fidalgas. Basta olhar esta praça e os edifícios que a rodeiam. Janelas e portadas renascentistas, um brasão na esquina, uma escadaria e a igreja. No interior há muito para admirar, mas é aquele retábulo de Maria e o Apóstolo, sofrendo a Crucifixão, que mais nos demora. È obra de boa Escola aquela pintura. No adro reparamos na coluna e na taça onde assenta a cruz. Não admira que o povo lhe chame pelourinho, pois as semelhanças são, por demais, evidentes. Na rua, onde admiramos o brasão, podemos encontrar alminhas e uma fonte de boa água. No entanto, interessa-nos mais a rua da Fonte.

É a famosa fonte do Corno de Boi de onde jorra a água e, logo abaixo, a bonita fonte de mergulho, com seu arco românico e conservado terraço. Encontramos cruzeiros e, na saída a Capela de Nossa Senhora de Fátima. Já no caminho para o Barracão, vê-se, à direita, a capela de Santo Antão, onde será fácil descobrir sete sepulturas escavadas na rocha, que não serviram, por certo, para enterrar os mortos da famosa Batalha de Coruche, que se estendeu por estes campos.

Daqui seguimos para Aguiar, dando por findo este Percurso e, com ele, esta viagem, que nos mostrou o passado e o presente, terras e gentes, de mãos dadas, na busca de um futuro risonho para todos os vindouros.

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